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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SOJA - Live In Hawaii (2009)


01 - Sorry 
02 - Revolution 
03 - Be Aware 
04 - You Don't Know Me 
05 - By My Side 
06 - Stars and Stripes 
07 - Rasta Courage 
08 - To Whom It May Concern 
09 - Peace In A Time Of War 
10 - Open My Eyes 
11 - Faith Works 
12 - Bleed Through 
13 - Can't Tell Me 
14 - True Love 
15 - 911

Link para download: SOJA - Live In Hawaii (2009)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Capa da Invisibilidade?

Ainda não chegamos a produzir uma capa da invisibilidade, mas parece que estamos no caminho certo. Cientistas americanos desenvolveram um revestimento, a base de carbono, que deixa objetos tridimensionais "invisíveis".


Produzindo finíssimas folhas de grafeno, um material composto do carbono, pesquisadores da Universidade de Michigan nos EUA criaram “nanotubos”. Aplicados sobre uma superfície qualquer, esses nanotubos tiram a tridimensionalidade do objeto, deixando "invisível". O carbono possui uma lista quase infinita de aplicações, e essa é no minimo inusitada. Este material foi usado para cobrir uma superfície onde se encontrava um objeto que podia ser distinguido devido à sua profundidade.

Papel mais Forte que o Aço

Quando os pesquisadores cobriram este objeto utilizando as placa com os nanotubos, os contornos deste objeto em relevo desapareceram completamente. A placa ficou lisa e chapada, como se fosse um objeto 2D. Os nanotubos de grafeno "imitam o ar", ou seja, a luz passa por eles tranquilamente, sem sofrer qualquer desvio. Todos os objetos visíveis, a luz é rebatida em cada espectro de cor, isto acontece devido ao indice de refração. O Grafeno elimina esse efeito, onde nenhuma cor é refletida. O material, dessa forma, reflete muito menos luz do que a tinta preta. E qual seria a aplicação pratica para isto?, você deve estar se perguntando.

Bem, a principal utilização dessa tecnologia seria a de item bélico, mas enquanto não tivermos uma capa de invisibilidade de verdade, está na exploração do espaço. As agências espaciais já poderiam estar fazendo observações precisas muito além do sistema solar, mas os aparelhos daqui sofrem com “problemas de iluminação”, devido à quantidade de estrelas. Cientistas da NASA já estudam maneiras de aplicar o conceito do grafeno em novos e mais modernos telescópios.

Fonte : BBC

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Celebridades que fumam Maconha

Varias celebridades dão na cara que curtem um cigarrinho como Quentin Tarantino, Snoop Dogg, Amy Winehouse, Bob Marley. Mas há algumas celebridades que você nunca poderia imaginar que fizeram uso dessa alegre substancia pelo menos uma vez. Confira:

Megan Fox
A bela atriz de um papel só (vadia sexy) diz que já experimentou várias drogas, mas só gostou da maconha e diz que a verdinha deveria ser legalizada. Ela disse que seria a primeira da fila a comprar o bagulho caso isso ocorresse.

Brad Pitt
Alguns amigos famosos do ator, como Quentin Tarantino e Bill Maher, já afirmaram que Bradd Pitt tem os melhores cigarrinhos do cão. Em entrevista a uma TV nos EUA, Brad Pitt diz que enrola cigarros de maconha como "um artista", mas que parou de fumar. "Sou pai agora, tenho que estar alerta."



Jennifer Aniston

Ela confessou: “Eu curto de vez em quando. Não há nada errado nisso. Tudo com moderação. Eu não me definiria como maconheira. Não é como cheirar cocaína ou injetar heroína”. Além de ter sido a mulher de Brad durante um tempo.



Shia LeBeouf

O ator/cientista/filho de hippies afirmou: “Meus pais sempre acharam que maconha é mais saudável que álcool. Se você olhar para a ciência, isso é verdade. Ninguém nunca morreu fumando maconha”. Além de acordo com a revista National Enquirer, Shia e Megan Fox admitiram que fumam maconha e que adoram fazer o "ritual" na companhia um do outro.



Johnny Depp

“Eu não sou um grande maconheiro ou nada disso… mas maconha é muito, muito menos perigoso que álcool”. Jack Sparrow não concordaria muito com essa afirmação.



Justin Timberlake

Já afirmou que “legalizar a maconha diminuiria a taxa de criminalidade pela metade. Todos os chapados que conheço são muito paranóicos para fazerem algo estúpido.” Claro que os seus amigos do N’Sync não farão nada chapados! Queria ver se você fosse amigo do Zé Pequeno…



Whoopi Goldberg

Ela também admitiu o uso da maconha publicamente, dizendo fumou maconha antes de vencer o Oscar de atriz coadjuvante em 1991, pelo filme Ghost.



Arnold Schwarzenegger

Arnold reconheceu o uso da maconha na forma medicinal, oferecendo receitas através do Estado, além de permitir que o todos pudessem ter seu próprio pé de maconha em casa. De acordo com ele: “Maconha não é droga, é uma folha”.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Smiley Face (Louca de dar Nó)


Jane, uma aspirante a atriz, desempregada e pouco talentosa, cuja felicidade reside em uma boa dose diária de maconha. Uma manhã, depois de comer alguns bolinhos suspeitos que seu amigo nerd com quem divide o apartamento deixou na cozinha, com instruções claras de não tocá-los. Jane perde as estribeiras: tenta fazer novos doces para substituir os consumidos e, para isso, compra a droga e negocia com o traficante. Totalmente alterada, Jane precisa cruzar a cidade para pagar um traficante nada generoso, chegar a um teste de elenco e ainda recuperar os preciosos bolinhos.

Link para download: Smiley Face (Louca de dar Nó)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Zona Ganjah - Sanazion (2007)



01 - Y Mi Corazon Contento 
02 - Todos Escuchen
03 - Somos "R"
04 - Sobreviviente
05 - Quieren Llevarnos
06 - Meditaciones en Conciencia
07 - Me Levante
08 - Irie
09 - I&I IrieBless
10 - Ganjah En Mi Habitacion
11 - Fumando Vamos a Casa
12 - Dos Que Brillantes
13 - De La Tierra Crece
14 - Camino


Link para download: Zona Ganjah - Sanazion (2007)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

DVD Bob Marley & The Wailers - Live at The Rainbow London Theatre (1977)

Bob Marley and The Wailers em um de seus melhores shows realizado no ano de 1977.
Bob, Bunny Wailer e Peter Tosh comandam uma seleção das melhores músicas do grupo, dente elas o sucesso Jamming e a música que abriu as portas da fama internacional e da estrela de Bob Marley na calçada da fama, No Woman No Cry!


01 - Trenchtown Rock
02 - Them Belly Full (But We Hungry)
03 - I Shot The Sheriff
04 - Rebel Music (3 O'clock Roadblock)
05 - Lively Up Yoursel
06 - Crazy Baldhead
07 - War No More Trouble
08 - The Heathen
09 - No Woman, No Cry
10 - Jamming
11 - Get Up Stand Up
12 - Exodus


Link para Download :

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Zona Ganjah - En Alabanza y Gracia (2006)


01 - Todo Cuadra
02 - Quienes Son 
03 - No Te Dejes Atribular 
04 - No Estes Triste
05 - Liberame 
06 - Guerrero De JAH
07 - En Zion Mi Anhelo 
08 - En La Naturaleza 
09 - El Mesias Se Reencarno
10 - Con Tanto Amor 
11 - Cabeza De La Creacion 
12 - Bendita 
13 - Agradecido


Link para downlad: Zona Ganjah - En Alabanza y Gracia 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Serpentário da Flórida tem cobra albina de duas cabeças

Foto: AP Photo/Sunshineserpents.com, Daniel Parker

Esta foto do dia 28 de outubro mostra uma cobra falsa coral (Lampropeltis triangulum hondurensis) albina de duas cabeças, em um serpentário em Ridge Manor, no estado americano da Flórida.

Foto: AP Photo/Sunshineserpents.com, Daniel Parker

Daniel Parker, biólogo da University of Central Florida, disse que cobras com duas cabeças são ocorrências raras e que elas podem viver até 20 anos em cativeiro.
Fotos: AP Photo/Sunshineserpents.com, Daniel Parker

SOJA - Born In Babylon (2009)

Born in Babylon é o terceiro álbum de estúdio da banda SOJA (Soldiers of Jah Army), lançado a 25 de agosto de 2009.
O álbum retrata a história dos artistas de reggae que se formam cantando ao longo do tempo, cada um da sua maneira, e também os problemas da comunidade de Arlington.



01 - Born In Babylon
02 - Losing My Mind 
03 - Used To Matter
04 - Bleed Through (feat. Black Boo of Mambo Sauce)

05 - You and Me" (feat. Chris Boomer) 
06 - Don't Forget
07 - Decide You're Gone

08 - I Don't Wanna Wait 
09 - I Tried (feat. Gentleman and Tamika)
10 - Never Ever

11 - Wake Up 
12 - Summer Breeze
13 - Thunderstorms

14 - Here I Am" (feat. Marley, Rory, and Eric of Rebelution) 
15 - Rest Of My Life


Link Para Download: SOJA - Born In Babylon

Lively Up Yourself


Bob Marley and The Wailers - Lively Up Yourself
Live at The Rainbow London Theatre (1977)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Bob Marley & The Wailers - Live at The Rainbow London Theatre (1977)

Bob Marley and The Wailers em um de seus melhores shows realizado no ano de 1977.
Bob, Bunny Wailer e Peter Tosh comandam uma seleção das melhores músicas do grupo, dente elas o sucesso Jamming e a música que abriu as portas da fama internacional e da estrela de Bob Marley na calçada da fama, No Woman No Cry!


01 - Trenchtown Rock
02 - Them Belly Full (But We Hungry)
03 - I Shot The Sheriff
04 - Rebel Music (3 O'clock Roadblock)
05 - Lively Up Yoursel
06 - Crazy Baldhead
07 - War No More Trouble
08 - The Heathen
09 - No Woman, No Cry
10 - Jamming
11 - Get Up Stand Up
12 - Exodus


Link para download: Bob Marley & The Wailers - Live at The Rainbow

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Café Inalável


Quando você está cansado e precisa ficar acordado para estudar, viajar ou seja lá o que for, você apela para energéticos ou aquele cafezinho. Estas bebidas te deixam ligadão por possuirem a cafeína, que tem efeito estimulante e inibe a adenosina, grande responsável pela senasação de sono. Esse neurotransmissor, que se acumula no cérebro ao longo do dia, diminui a atividade dos neurônios e dilata os vasos sanguíneos. É como se ele preparasse o cérebro para dar um reset na sua máquina. O que a cafeína faz é impedir a ação da adenosina, dando um gás à atividade neural e voltando a contrair os vasos sanguíneos.

Mas, e se, ao invés de bebê-lo, você o inalasse? Com o AeroShot, essa ideia se tornou realidade. David Edwards, professor de Harvard, escritor, inventor e criador do AeroShot diz que ele funciona de modo similar às bombinhas para asma e possui 100 mg de cafeína, ou seja, o equivalente a um grande copo de café.


Segundo o site Geek.com, a campanha de marketing do produto o descreve como "uma rápida dose de cafeína que está pronta a qualquer hora, em qualquer lugar". A substância é distribuída ao longo de 6 a 8 inaladas. E, como em qualquer produto aerossol, um pó fica dentro da embalagem e é liberado quando o produto é acionado, mas ele se dissolve em sua boca.

Em janeiro de 2012, os moradores de Boston e Nova Iorque, nos EUA, já poderão comprar o AeroShot. Ainda não há preço estabelecido. Porém, a expectativa é que eles sejam vendidos por algo próximo a US$3 a unidade e US$8 pelo pacote com 3 produtos (cerca de R$5 e R$14, respectivamente).

A cafeína no seu corpo
O efeito pode vir em meia hora, se você tomou café, ou ser quase imediato, no caso de guaraná em pó

1. Divisão de poderes
Durante a digestão, a cafeína gera 3 metabólitos: a teobromina, um vasodilatador, a teofilina, que expande os brônquios, e a paraxantina, que acelera o metabolismo das células de gordura.
2. Mudança de ordem
No cérebro, a cafeína é confundida com a adenosina, um neurotransmissor que dilata os vasos e inibe a liberação de hormônios relacionados ao bem-estar. A cafeína ocupa o lugar da adenosina e reverte todo o processo.
3. Sinal de alerta
O corpo entende uma situação de alerta e as glândulas supra-renais liberam adrenalina: o coração acelera, as pupilas se dilatam e os músculos ficam mais rígidos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Viagem na Maionese ?


A noticia que poderia revolucionar o mundo da Física e que colocavam em Xeque as respeitadas teorias de Albert Einstein sobre as leis do Universo, e que teoricamente permitiria Viagens no Tempo, Viagens no Tempo, foi melhor analisada por pesquisadores Holandeses e garantem que pode ter havido erro na medida de velocidade dos italianos, para tristeza de alguns lunáticos.

Os cientistas Italianos haviam chegado a esta conclusão analisando os neutrinos, partículas subatômicas que não possuem carga elétrica, e na qual foi utilizado um mecanismo relativamente novo para medir uma velocidade tão alta. O equipamento utilizado foi um GPS, que emitia sinais indicando a localização das partículas em cada fração de segundo. Este GPS foi acoplado a um poderoso cronômetro, para medir o tempo que neutrinos levavam para chegar da Suíça à Itália. Os neutrinos saíram do célebre laboratório CERN, no limite suíço com a França, e percorreram 731 quilômetros até chegar ao Centro de Pesquisas Gran Sasso, em Roma.

O anúncio foi bombástico: os neutrinos teriam atingido o ponto final com cerca de 60 nanossegundos de vantagem em relação a um raio de luz. Em outras palavras, 1,000025 mais rápido. Imediatamente, os italianos convidaram a comunidade científica a conferir a validade do experimento. E foi isso que cientistas da Universidade de Groningen, na Holanda, resolveram fazer. Segundo eles, há uma falha no cálculo dos italianos: o GPS está instalado em um satélite, portanto, está em movimento. Eles apontam que os italianos desconsideraram esse quesito na hora da medição, o que teria gerado um erro. Como explicam os pesquisadores da Holanda, o satélite onde o GPS está instalado percorre a órbita terrestre no sentido oeste-leste, ou seja, na mesma direção do trajeto dos neutrinos. O pequeno espaço de tempo que os neutrinos levaram para viajar foi simultâneo a um leve deslocamento do satélite. Logo, o sinal de partida não foi emitido exatamente no mesmo lugar do que o de chegada.

Esse desconto no resultado final, dessa forma, deveria fazer o resultado ser inferior. Mais precisamente, 64 nanossegundos mais lento, o que faz a luz superar novamente os neutrinos por apenas 4 nanossegundos. No acalorado debate científico em torno do tema, os italianos já deram sua resposta. Segundo cientistas Italianos, esse argumento é inválido porque os holandeses estão usando padrões terrestres, através do método de medição de ondas de rádio, para calcular uma velocidade exposta em termos de Relatividade Espacial, teoria formulada por Albert Einstein. Além disso, tais conceitos de relatividade já estão instalados automaticamente no sinal de GPS proveniente do satélite. Isso garante, que essa diferença já esteja embutida no cálculo final. A falha, dessa forma, seria dos pesquisadores de Groningen, que tentaram aplicar leis da física na Terra para medir a interação com o espaço.

A tréplica dos holandeses também já foi publicada. Eles explicam que o cálculo foi feito de maneira simples considerando a distância entre dois pontos, e a velocidade relativa não se aplica da maneira como os italianos explicam, especificamente para esse experimento.

E isso vai dar muito que falar, mas como não foi uma certeza absoluta, continuo acreditando em Einstein e você?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A Verdade Sobre a Maconha - Parte I


A proibição da maconha tem mais a ver com interesses morais, políticos e econômicos do que argumentos científicos de que ela faz mal a saúde. Por que a maconha é proibida? Porque faz mal à saúde. Será mesmo? Então, por que o cigarro não é proibido? Ou o bacon? nenhum mal sério à saúde foi comprovado para o uso não frequente da maconha. A verdade é que a guerra contra a planta tem muito mais a ver com fatores raciais, econômicos, políticos e morais do que por argumentos científicos, e também o preconceito contra árabes, chineses, negros e mexicanos, usuarios frequentes da erva.

A proibição também deve muito aos interesses de indústrias poderosas dos anos 20, que vendiam tecidos sintéticos e papel e queriam se livrar de um concorrente, o cânhamo. Tem raízes também na bem-sucedida estratégia de dominação dos Estados Unidos sobre o planeta. E, é claro, guarda relação com o moralismo judaico-cristão (e principalmente protestante-puritano), que não aceita a idéia do prazer sem merecimento pelo mesmo motivo, no passado, condenou-se a masturbação. Não é fácil falar desse assunto - admito que levei um dia inteiro para compor o parágrafo acima. O tema é tão carregado de ideologia e as pessoas têm convicções tão profundas sobre ele que qualquer convite ao debate, qualquer insinuação de que estamos lidando mal com o problema já é interpretada como "apologia às drogas" e, portanto, punível com cadeia. O fato é que, apesar da desinformação dominante, sabe-se muito sobre a maconha. Ela é cultivada há milênios e centenas de pesquisas já foram feitas sobre o assunto. 


Por que é proibido?
"O corpo esmagado da menina jazia espalhado na calçada um dia depois de mergulhar do quinto andar de um prédio de apartamentos em Chicago. Todos disseram que ela tinha se suicidado, mas, na verdade, foi homicídio. O assassino foi um narcótico conhecido na América como marijuana e na história como haxixe. Usado na forma de cigarros, ele é uma novidade nos Estados Unidos e é tão perigoso quanto uma cascavel." Começa assim a matéria "Marijuana: assassina de jovens", publicada em 1937 na revista American Magazine. A cena nunca aconteceu. O texto era assinado por um funcionário do governo. Se a maconha, hoje, é ilegal em praticamente todo o mundo, não é exagero dizer que o maior responsável foi ele.

Nas primeiras décadas do século XX, a maconha era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos. Aqui no Brasil, maconha era "coisa de negro", fumada nos terreiros de candomblé para facilitar a incorporação e nos confins do país por agricultores depois do trabalho. Na Europa, ela era associada aos imigrantes árabes e indianos e aos incômodos intelectuais boêmios. Nos Estados Unidos, quem fumava eram os cada vez mais numerosos mexicanos - meio milhão deles cruzaram o Rio Grande entre 1915 e 1930 em busca de trabalho. Muitos não acharam. Ou seja, em boa parte do Ocidente, fumar maconha era relegado a classes marginalizadas e visto com antipatia pela classe média branca. Pouca gente sabia, entretanto, que a mesma planta que fornecia fumo às classes baixas tinha enorme importância econômica. Dezenas de remédios - de xaropes para tosse a pílulas para dormir - continham cannabis. Quase toda a produção de papel usava como matéria-prima a fibra do cânhamo, retirada do caule do pé de maconha. A indústria de tecidos também dependia da cannabis - o tecido de cânhamo era muito difundido, especialmente para fazer cordas, velas de barco, redes de pesca e outros produtos que exigissem um material muito resistente. A Ford estava desenvolvendo combustíveis e plásticos feitos a partir do óleo da semente de maconha. As plantações de cânhamo tomavam áreas imensas na Europa e nos Estados Unidos.

Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, que durou até 1933. Foi aí que Henry Anslinger surgiu na vida pública americana - reprimindo o tráfico de rum que vinha das Bahamas. Foi aí, também, que a maconha entrou na vida de muita gente - e não só dos mexicanos. "A proibição do álcool foi o estopim para o 'boom' da maconha", afirma o historiador inglês Richard Davenport-Hines, especialista na história dos narcóticos, em seu livro The Pursuit of Oblivion (A busca do esquecimento, ainda sem versão para o Brasil). "Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar", escreveu. Anslinger foi promovido a chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição e sua tarefa era cuidar do contrabando de bebidas. Foi nessa época que ele percebeu o clima de antipatia contra a maconha que tomava a nação. Clima esse que só piorou com a quebra da Bolsa, em 1929, que afundou a nação numa recessão. No sul do país, corria o boato de que a droga dava força sobre-humana aos mexicanos, o que seria uma vantagem injusta na disputa pelos escassos empregos. A isso se somavam insinuações de que a droga induzia ao sexo promíscuo (muitos mexicanos talvez tivessem mais parceiros que um americano puritano médio, mas isso não tem nada a ver com a maconha) e ao crime (com a crise, a criminalidade aumentou entre os mexicanos pobres, mas a maconha é inocente disso). Baseados nesses boatos, vários Estados começaram a proibir a substância.

Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar. Anslinger agarrou-se firme à bandeira proibicionista, batalhou para divulgar os mitos antimaconha e, em 1930, quando o governo, preocupado com a cocaína e o ópio, criou o FBN (Federal Bureau of Narcotics, um escritório nos moldes do FBI para lidar com drogas), ele articulou para chefiá-lo. De repente, de um cargo burocrático obscuro, Anslinger passou a ser o responsável pela política de drogas do país. E quanto mais substâncias fossem proibidas, mais poder ele teria. Mas é improvável que a cruzada fosse motivada apenas pela sede de poder. Outros interesses devem ter pesado. Anslinger era casado com a sobrinha de Andrew Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont. "A Du Pont foi uma das maiores responsáveis por orquestrar a destruição da indústria do cânhamo", afirma o escritor Jack Herer, em seu livro The Emperor Wears No Clothes (O imperador está nu, ainda sem tradução). Nos anos 20, a empresa estava desenvolvendo vários produtos a partir do petróleo: aditivos para combustíveis, plásticos, fibras sintéticas como o náilon e processos químicos para a fabricação de papel feito de madeira.

Esses produtos tinham uma coisa em comum: disputavam o mercado com o cânhamo. Seria um empurrão considerável para a nascente indústria de sintéticos se as imensas lavouras de cannabis fossem destruídas, tirando a fibra do cânhamo e o óleo da semente do mercado. "A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon", afirma o jurista Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes e ex-secretário nacional antidrogas. Anslinger tinha um aliado poderoso na guerra contra a maconha: William Randolph Hearst, dono de uma imensa rede de jornais. Hearst era a pessoa mais influente dos Estados Unidos. Milionário, comandava suas empresas de um castelo monumental na Califórnia, onde recebia artistas de Hollywood para passear pelo zoológico particular ou dar braçadas na piscina coberta adornada com estátuas gregas. Foi nele que Orson Welles se inspirou para criar o protagonista do filme Cidadão Kane. Hearst sabidamente odiava mexicanos. Parte desse ódio talvez se devesse ao fato de que, durante a Revolução Mexicana de 1910, as tropas de Pancho Villa (que, aliás, faziam uso freqüente de maconha) desapropriaram uma enorme propriedade sua. Sim, Hearst era dono de terras e as usava para plantar eucaliptos e outras árvores para produzir papel. Ou seja, ele também tinha interesse em que a maconha americana fosse destruída - levando com ela a indústria de papel de cânhamo. Hearst iniciou, nos anos 30, uma intensa campanha contra a maconha.

Álcool vs Maconha
Seus jornais passaram a publicar seguidas matérias sobre a droga, às vezes afirmando que a maconha fazia os mexicanos estuprarem mulheres brancas, outras noticiando que 60% dos crimes eram cometidos sob efeito da droga (um número tirado sabe-se lá de onde). Nessa época, surgiu a história de que o fumo mata neurônios, um mito repetido até hoje. Foi Hearst que, se não inventou, ao menos popularizou o nome marijuana (ele queria uma palavra que soasse bem hispânica, para permitir a associação direta entre a droga e os mexicanos). Anslinger era presença constante nos jornais de Hearst, onde contava suas histórias de terror. A opinião pública ficou apavorada. Em 1937, Anslinger foi ao Congresso dizer que, sob o efeito da maconha, "algumas pessoas embarcam numa raiva delirante e cometem crimes violentos". Os deputados votaram pela proibição do cultivo, da venda e do uso da cannabis, sem levar em conta as pesquisas que afirmavam que a substância era segura. Proibiu-se não apenas a droga, mas a planta. O homem simplesmente cassou o direito da espécie Cannabis sativa de existir. Anslinger também atuou internacionalmente. Criou uma rede de espiões e passou a freqüentar as reuniões da Liga das Nações, antecessora da ONU, propondo tratados cada vez mais duros para reprimir o tráfico internacional. Também começou a encontrar líderes de vários países e a levar a eles os mesmos argumentos aterrorizantes que funcionaram com os americanos. Não foi difícil convencer os governos - já na década de 20 o Brasil adotava leis federais antimaconha.

A Europa também embarcou na onda proibicionista. "A proibição das drogas serve aos governos porque é uma forma de controle social das minorias", diz o cientista político Thiago Rodrigues, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos. Funciona assim: maconha é coisa de mexicano, mexicanos são uma classe incômoda. "Como não é possível proibir alguém de ser mexicano, proíbe-se algo que seja típico dessa etnia", diz Thiago. Assim, é possível manter sob controle todos os mexicanos - eles estarão sempre ameaçados de cadeia. Por isso a proibição da maconha fez tanto sucesso no mundo. O governo brasileiro achou ótimo mais esse instrumento para manter os negros sob controle. Os europeus também adoraram poder enquadrar seus imigrantes. A proibição foi virando uma forma de controle internacional por parte dos Estados Unidos, especialmente depois de 1961, quando uma convenção da ONU determinou que as drogas são ruins para a saúde e o bem-estar da humanidade e, portanto, eram necessárias ações coordenadas e universais para reprimir seu uso. "Isso abriu espaço para intervenções militares americanas", diz Maierovitch. "Virou um pretexto oportuno para que os americanos possam entrar em outros países e exercer os seus interesses econômicos."

Estava erguida uma estrutura mundial interessada em manter as drogas na ilegalidade, a maconha entre elas. Um ano depois, em 1962, o presidente John Kennedy demitiu Anslinger - depois de nada menos que 32 anos à frente do FBN. Um grupo formado para analisar os efeitos da droga concluiu que os riscos da maconha estavam sendo exagerados e que a tese de que ela levava a drogas mais pesadas era furada. Mas não veio a descriminalização. Pelo contrário. O presidente Richard Nixon endureceu mais a lei, declarou "guerra às drogas" e criou o DEA (em português, Escritório de Coação das Drogas), um órgão ainda mais poderoso que o FBN, porque, além de definir políticas, tem poder de polícia.
Maconha faz mal?
Taí uma pergunta que vem sendo feita faz tempo. Depois de mais de um século de pesquisas, a resposta mais honesta é: faz, mas muito pouco e só para casos extremos. O uso moderado não faz mal. A preocupação da ciência com esse assunto começou em 1894, quando a Índia fazia parte do Império Britânico. Havia, então, a desconfiança de que o bhang, uma bebida à base de maconha muito comum na Índia, causava demência. Grupos religiosos britânicos reivindicavam sua proibição. Formou-se a Comissão Indiana de Drogas da Cannabis, que passou dois anos investigando o tema. O relatório final desaconselhou a proibição: "O bhang é quase sempre inofensivo quando usado com moderação e, em alguns casos, é benéfico. O abuso do bhang é menos prejudicial que o abuso do álcool".

Em 1944, um dos mais populares prefeitos de Nova York, Fiorello La Guardia, encomendou outra pesquisa. Em meio à histeria antimaconha de Anslinger, La Guardia resolveu conferir quais os reais riscos da tal droga assassina. Os cientistas escolhidos por ele fizeram testes com presidiários (algo comum na época) e concluíram: "O uso prolongado da droga não leva à degeneração física, mental ou moral". O trabalho passou despercebido no meio da barulheira proibicionista de Anslinger. A partir dos anos 60, várias pesquisas parecidas foram encomendadas por outros governos. Relatórios produzidos na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos aconselharam um afrouxamento nas leis. Nenhuma dessas pesquisas foi suficiente para forçar uma mudança. Mas a experiência mais reveladora sobre a maconha e suas conseqüências foi realizada fora do laboratório.

Em 1976, a Holanda decidiu parar de prender usuários de maconha desde que eles comprassem a droga em cafés autorizados. Resultado: o índice de usuários continua comparável aos de outros países da Europa. O de jovens dependentes de heroína caiu - estima-se que, ao tirar a maconha da mão dos traficantes, os holandeses separaram essa droga das mais pesadas e, assim, dificultaram o acesso a elas. Nos últimos anos, os possíveis males da maconha foram cuidadosamente escrutinados - às vezes por pesquisadores competentes, às vezes por gente mais interessada em convencer os outros da sua opinião. Veja abaixo um resumo do que se sabe:

Câncer
Não se provou nenhuma relação direta entre fumar maconha e câncer de pulmão, traquéia, boca e outros associados ao cigarro. Isso não quer dizer que não haja. Por muito tempo, os riscos do cigarro foram negligenciados e só nas últimas duas décadas ficou claro que havia uma bomba-relógio armada - porque os danos só se manifestam depois de décadas de uso contínuo. Há o temor de que uma bomba semelhante esteja para explodir no caso da maconha, cujo uso se popularizou a partir dos anos 60. O que se sabe é que o cigarro de maconha tem praticamente a mesma composição de um cigarro comum - a única diferença significativa é o princípio ativo. No cigarro é a nicotina, na maconha o tetrahidrocanabinol, ou THC. Também é verdade que o fumante de maconha tem comportamentos mais arriscados que o de cigarro: traga mais profundamente, não usa filtro e segura a fumaça por mais tempo no pulmão (o que, aliás, segundo os cientistas, não aumenta os efeitos da droga). Em compensação, boa parte dos maconheiros fuma muito menos e pára ou reduz o consumo depois dos 30 anos (parar cedo é sabidamente uma forma de diminuir drasticamente o risco de câncer). Em resumo: o usuário eventual de maconha, que é o mais comum, não precisa se preocupar com um aumento grande do risco de câncer. Quem fuma mais de um baseado por dia há mais de 15 anos deve pensar em parar.

Dependência
Algo entre 6% e 12% dos usuários, dependendo da pesquisa, desenvolve um uso compulsivo da maconha (menos que a metade das taxas para álcool e tabaco).

A Verdade sobre a Maconha - Parte II


A questão é: será que a maconha é a causa da dependência ou apenas uma válvula de escape. "Dependência de maconha não é problema da substância, mas da pessoa", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Escola Paulista de Medicina. Segundo Dartiu, há um perfil claro do dependente de maconha: em geral, ele é jovem, quase sempre ansioso e eventualmente depressivo. Pessoas que não se encaixam nisso não desenvolvem o vício. "E as que se encaixam podem tanto ficar dependentes de maconha quanto de sexo, de jogo, de internet", diz. Muitos especialistas apontam para o fato de que a maconha está ficando mais perigosa - na medida em que fica mais potente. Ao longo dos últimos 40 anos, foi feito um melhoramento genético, cruzando plantas com alto teor de THC. Surgiram variedades como o skunk. No último ano, foram apreendidos carregamentos de maconha alterada geneticamente no Leste europeu - a engenharia genética é usada para aumentar a potência, o que poderia aumentar o potencial de dependência.

Segundo o farmacólogo Leslie Iversen, autor do ótimo The Science of Marijuana (A ciência da maconha, sem tradução para o português) e consultor para esse tema da Câmara dos Lordes (o Senado inglês), esses temores são exagerados e o aumento da concentração de THC não foi tão grande assim. Para além dessa discussão, o fato é que, para quem é dependente, maconha faz muito mal. Isso é especialmente verdade para crianças e adolescentes. "O sujeito com 15 anos não está com a personalidade formada. O uso exagerado de maconha pode ser muito danoso a ele", diz Dartiu. O maior risco para adolescentes que fumam maconha é a síndrome amotivacional, nome que se dá à completa perda de interesse que a droga causa em algumas pessoas. A síndrome amotivacional é muito mais freqüente em jovens e realmente atrapalha a vida - é quase certeza de bomba na escola e de crise na família. Danos cerebrais "Maconha mata neurônios." Essa frase, repetida há décadas, não passa de mito. Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC destrói tecido cerebral - às vezes com pesquisas que ministravam doses de elefante em ratinhos -, mas nada foi encontrado.

Muitas experiências foram feitas em busca de danos nas capacidades cognitivas do usuário de maconha. A maior preocupação é com a memória. Sabe-se que o usuário de maconha, quando fuma, fica com a memória de curto prazo prejudicada. São bem comuns os relatos de pessoas que têm idéias que parecem geniais durante o "barato", mas não conseguem lembrar-se de nada no momento seguinte. Isso acontece porque a memória de curto prazo funciona mal sob o efeito de maconha e, sem ela, as memórias de longo prazo não são fixadas (é por causa desse "desligamento" da memória que o usuário perde a noção do tempo). Mas esse dano não é permanente. Basta ficar sem fumar que tudo volta a funcionar normalmente. O mesmo vale para o raciocínio, que fica mais lento quando o usuário fuma muito freqüentemente. Há pesquisas com usuários "pesados" e antigos, aqueles que fumam vários baseados por dia há mais de 15 anos, que mostraram que eles se saem um pouco pior em alguns testes, principalmente nos de memória e de atenção. As diferenças, no entanto, são sutis. Na comparação com o álcool, a maconha leva grande vantagem: beber muito provoca danos cerebrais irreparáveis e destrói a memória. 

Coração
O uso de maconha dilata os vasos sangüíneos e, para compensar, acelera os batimentos cardíacos. Isso não oferece risco para a maioria dos usuários, mas a droga deve ser evitada por quem sofre do coração.

Infertilidade
Pesquisas mostraram que o usuário freqüente tem o número de espermatozóides reduzido. Ninguém conseguiu provar que isso possa causar infertilidade, muito menos impotência. Também está claro que os espermatozóides voltam ao normal quando se pára de fumar.

Depressão imunológica
Nos anos 70, descobriu-se que o THC afeta os glóbulos brancos, células de defesa do corpo. No entanto, nenhuma pesquisa encontrou relação entre o uso de maconha e a incidência de infecções.

Loucura
No passado, acreditava-se que maconha causava demência. Isso não se confirmou, mas sabe-se que a droga pode precipitar crises em quem já tem doenças psiquiátricas.

Gravidez
Algumas pesquisas apontaram uma tendência de filhos de mães que usaram muita maconha durante a gravidez de nascer com menor peso. Outras não confirmaram a suspeita. De qualquer maneira, é melhor evitar qualquer droga psicoativa durante a gestação. Sem dúvida, a mais perigosa delas é o álcool.

Maconha faz bem?
No geral, não. A maioria das pessoas não gosta dos efeitos e as afirmações de que a erva, por ser "natural", faz bem, não passam de besteira. Outros adoram e relatam que ela ajuda a aumentar a criatividade, a relaxar, a melhorar o humor, a diminuir a ansiedade. É inevitável: cada um é um. O uso medicinal da maconha é tão antigo quanto a maconha. Hoje há muitas pesquisas com a cannabis para usá-la como remédio. Segundo o farmacólogo inglês Iversen, não há dúvidas de que ela seja um remédio útil para muitos e fundamental para alguns, mas há um certo exagero sobre seus potenciais. Em outras palavras: a maconha não é a salvação da humanidade. Um dos maiores desafios dos laboratórios é tentar separar o efeito medicinal da droga do efeito psicoativo - ou seja, criar uma maconha que não dê "barato". Muitos pesquisadores estão chegando à conclusão de que isso é impossível: aparentemente, as mesmas propriedades químicas que alteram a percepção do cérebro são responsáveis pelo caráter curativo. Esse fato é uma das limitações da maconha como medicamento, já que muitas pessoas não gostam do efeito mental. No Brasil, assim como em boa parte do mundo, o uso médico da cannabis é proibido e milhares de pessoas usam o remédio ilegalmente.

Conheça alguns dos usos: 

Câncer
Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis, eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto, alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem maravilhosamente à maconha. Era o caso do brilhante escritor e paleontólogo Stephen Jay Gould, que, no mês passado, finalmente, perdeu uma batalha de 20 anos contra o câncer (veja mais sobre ele na página 23). Gould nunca tinha usado drogas psicoativas - ele detestava a idéia de que interferissem no funcionamento do cérebro. Veja o que ele disse: "A maconha funcionou como uma mágica. Eu não gostava do 'efeito colateral' que era o borrão mental. Mas a alegria cristalina de não ter náusea - e de não experimentar o pavor nos dias que antecediam o tratamento - foi o maior incentivo em todos os meus anos de quimioterapia".

Aids
Maconha dá fome. Qualquer um que fuma sabe disso (aliás, esse é um de seus inconvenientes: ela engorda). Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um soropositivo não desenvolva a doença. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids.

Esclerose múltipla
Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco compreendido efeito no sistema imunológico.

Dor
A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores.

Glaucoma
Essa doença caracteriza-se pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Maconha baixa a pressão intraocular. O problema é que, para ser um remédio eficiente, a pessoa tem que fumar a cada três ou quatro horas, o que não é prático e, com certeza, é nocivo (essa dose de maconha deixaria o paciente eternamente "chapado"). Há estudos promissores com colírios feitos à base de maconha, que agiriam diretamente no olho, sem afetar o cérebro.

Ansiedade
Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência.

Dependência
Dois psiquiatras brasileiros, Dartiu Xavier e Eliseu Labigalini, fizeram uma experiência interessante. Incentivaram dependentes de crack a fumar maconha no processo de largar o vício. Resultado: 68% deles abandonaram o crack e, depois, pararam espontaneamente com a maconha, um índice altíssimo. Segundo eles, a maconha é um remédio feito sob medida para combater a dependência de crack e cocaína, porque estimula o apetite e combate a ansiedade, dois problemas sérios para cocainômanos. Dartiu e Eliseu pretendem continuar as pesquisas, mas estão com problemas para conseguir financiamento - dificilmente um órgão público investirá num trabalho que aposte nos benefícios da maconha.
O passado
O primeiro registro do contato entre o Homo sapiens e a Cannabis sativa é de 6 000 anos atrás. Trata-se da marca de uma corda de cânhamo impressa em cacos de barro, na China. O emprego da fibra, não só em cordas mas também em vários tecidos e, depois, na fabricação de papel, é um dos mais antigos usos da maconha. Graças a ele, a planta, original da região ao norte do Afeganistão, nos pés do Himalaia, tornou-se a primeira cultivada pelo homem com usos não alimentícios e espalhou-se por toda a Ásia e depois pela Europa e África. Mas há um uso da maconha que pode ser tão antigo quanto o da fibra do cânhamo: o medicinal. Os chineses conhecem há pelo menos 2 000 anos o poder curativo da droga, como prova o Pen-Ts'ao Ching, considerado a primeira farmacopéia conhecida do mundo (farmacopéia é um livro que reúne fórmulas e receitas de medicamentos).

O livro recomenda o uso da maconha contra prisão-de-ventre, malária, reumatismo e dores menstruais. Também na Índia, a erva já há milênios é parte integral da medicina ayurvédica, usada no tratamento de dezenas de doenças. Sem falar que ela ocupa um lugar de destaque na religião hindu. Pela mitologia, maconha era a comida favorita do deus Shiva, que, por isso, viveria o tempo todo "chapado". Tomar bhang seria uma forma de entrar em comunhão com Shiva. O Hinduísmo não é a única religião a dar destaque para a cannabis. Para os budistas da tradição Mahayana, Buda passou seis anos comendo apenas uma semente de maconha por dia. Sua iluminação teria sido atingida após esse período de quase-jejum. Da Índia, a maconha migrou para a Mesopotâmia, ainda em tempos pré-cristãos, e de lá para o Oriente Médio. Portanto, ela já estava presente na região quando começou a expansão do Império Árabe.

Com a proibição do álcool entre o povo de Maomé, iniciou-se uma acalorada discussão sobre se a maconha deveria ser banida também. Por séculos, consumiu-se cannabis abundantemente nas terras muçulmanas até que, na Idade Média, muitos islâmicos abandonaram o hábito. A exceção foram os sufi, membros de uma corrente considerada mais mística e esotérica do Islã, que, até bem recentemente, consideravam a cannabis fundamental em seus ritos. Os gregos usaram velas e cordas de cânhamo nos seus navios, assim como, depois, os romanos. Sabe-se que o Império Romano tinha pelo menos conhecimento dos poderes psicoativos da maconha. O historiador latino Tácito, que viveu no século I d.C., relata que os citas, um povo da atual Turquia, tinham o costume de armar uma tenda, acender uma fogueira e queimar grande quantidade de maconha. Daí ficavam lá dentro, numa versão psicodélica do banho turco.

Graças ao contato com os árabes, grande parte da África conheceu a erva e incorporou-a aos seus ritos e à sua medicina - dos países muçulmanos acima do Saara até os zulus da África do Sul. A Europa toda também passou a plantar maconha e usava extensivamente a fibra do cânhamo, mas há raríssimos registros do seu uso como psicoativo naquele continente. Pode ser que isso se deva ao clima. O THC é uma resina produzida pela planta para proteger suas folhas e flores do sol forte. Na fria Europa, é possível que tenha se desenvolvido uma variação da Cannabis sativa com menos THC, já que não havia tanto sol para ameaçar o arbusto. O fato é que, na Renascença, a maconha se transformou no principal produto agrícola da Europa. E sua importância não foi só econômica: a planta teve uma grande participação na mudança de mentalidade que ocorreu no século XV. Os primeiros livros depois da revolução de Gutemberg foram impressos em papel de cânhamo. As pinturas dos gênios da arte eram feitas em telas de cânhamo (canvas, a palavra usada em várias línguas para designar "tela", é uma corruptela holandesa do latim cannabis). E as grandes navegações foram impulsionadas por velas de cânhamo - segundo o autor americano Rowan Robinson, autor de O Grande Livro da Cannabis, havia 80 toneladas de cânhamo, contando o velame e as cordas, no barco comandado por Cristóvão Colombo em 1496.

Ou seja, a América foi descoberta graças à maconha. Irônico. Sobre as luzes da Renascença caíram as sombras da Inquisição - um período em que a Igreja ganhou muita força e passou a exercer o papel de polícia, julgando hereges em seu tribunal e condenando bruxas à fogueira. "As bruxas nada mais eram do que as curandeiras tradicionais, principalmente as de origem celta, que utilizavam plantas para tratar as pessoas, às vezes plantas com poderes psicoativos", diz o historiador Henrique Carneiro, especialista em drogas da Universidade Federal de Ouro Preto. Não há registros de que maconheiros tenham sido queimados no século XVI - inclusive porque o uso psicoativo da maconha era incomum na Europa -, mas é certo que cristalizou-se naquela época uma antipatia cristã por plantas que alteram o estado de consciência. "O Cristianismo afirmou seu caráter de religião imperial e, sob seus domínios, a única droga permitida é o álcool, associado com o sangue de Cristo", diz Henrique.

Em 1798, as tropas de Napoleão conquistaram o Egito. Até hoje não estão muito claras as razões pelas quais o imperador francês se aventurou no norte da África (vaidade, talvez). Mas pode ser que o principal motivo fosse a intenção de destruir as plantações de maconha, que abasteciam de cânhamo a poderosa Marinha da Inglaterra. O fato é que coube a Napoleão promulgar a primeira lei do mundo moderno proibindo a maconha. Os egípcios eram fumantes de haxixe, a resina extraída da folha e da flor da maconha constituída de THC concentrado. Mas a proibição saiu pela culatra. Os egípcios ignoraram a lei e continuaram fumando como sempre fizeram. Em compensação, os europeus ouviram falar da droga e ela rapidamente virou moda na Europa, principalmente entre os intelectuais. "O haxixe está substituindo o champagne", disse o escritor Théophile Gautier em 1845, depois da conquista da Argélia, que, na época, era outro grande consumidor de THC.

No Brasil, a planta chegou cedo, talvez ainda no século XVI, trazida pelos escravos (o nome "maconha" vem do idioma quimbundo, de Angola. Mas, até o século XIX, era mais usual chamar a erva de fumo-de-angola ou de diamba, nome também quimbundo). Por séculos, a droga foi tolerada no país, provavelmente fumada em rituais de candomblé (teria sido o presidente Getúlio Vargas que negociou a retirada da maconha dos terreiros, em troca da legalização da religião). Em 1830, o Brasil fez sua primeira lei restringindo a planta. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro tornou ilegal a venda e o uso da droga na cidade e determinou que "os contraventores serão multados, a saber: o vendedor em 20 000 réis, e os escravos e demais pessoas, que dele usarem, em três dias de cadeia." Note que, naquela primeira lei proibicionista, a pena para o uso era mais rigorosa que a do traficante. Há uma razão para isso. Ao contrário do que acontece hoje, o vendedor vinha da classe média branca e o usuário era quase sempre negro e escravo.

O presente
Segundo dados da ONU, 147 milhões de pessoas fumam maconha no mundo, o que faz dela a terceira droga psicoativa mais consumida do mundo, depois do tabaco e do álcool. A droga é proibida em boa parte do mundo, mas, desde que a Holanda começou a tolerá-la, na década de 70, alguns outros países europeus seguiram os passos da descriminalização. Itália e Espanha há tempos aceitam pequenas quantidades da erva - embora a Espanha esteja abandonando a posição branda e haja projetos de lei, na Itália, no mesmo sentido. O Reino Unido acabou de anunciar que descriminalizou o uso da maconha - a partir do ano que vem, a droga será apreendida e o portador receberá apenas uma advertência verbal. Os ingleses esperam, assim, poder concentrar seus esforços na repressão de drogas mais pesadas. No ano passado, Portugal endureceu as penas para o tráfico, mas descriminalizou o usuário de qualquer droga, desde que ele seja encontrado com quantidades pequenas. Porte de drogas virou uma infração administrativa, como parar em lugar proibido. Nos últimos anos, os Estados Unidos também mudaram sua forma de lidar com as drogas.

Dentro da tendência mundial de ver a questão mais como um problema de saúde do que criminal, o país, em vez de botar na cadeia, obriga o usuário a se tratar numa clínica para dependentes. "Essa idéia é completamente equivocada", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, refletindo a opinião de muitos especialistas. "Primeiro porque nem todo usuário é dependente. Segundo, porque um tratamento não funciona se é compulsório - a pessoa tem que querer parar", diz. No sistema americano, quem recusa o tratamento ou o abandona vai para a cadeia. Portanto, não é uma descriminalização. "Chamo esse sistema de 'solidariedade autoritária'", diz o jurista Maierovitch. O Brasil planeja adotar o mesmo modelo.

O futuro
Há possibilidades de uma mudança no tratamento à maconha? "No Brasil, não é fácil", diz Maierovitch, que, enquanto era secretário nacional antidrogas do governo de Fernando Henrique Cardoso, planejou a descriminalização. "A lei hoje em vigor em Portugal foi feita em conjunto conosco, com o apoio do presidente", afirma. A idéia é que ela fosse colocada em prática ao mesmo tempo nos dois países. Segundo Maierovitch, Fernando Henrique mudou de idéia depois. O jurista afirma que há uma enorme influência americana na política de drogas brasileira. O fato é que essa questão mais tira do que dá votos e assusta os políticos - e não só aqui no Brasil.

O deputado federal Fernando Gabeira, hoje no Partido dos Trabalhadores, é um dos poucos identificados com a causa da descriminalização. "Pretendo, como um primeiro passo, tentar a legalização da maconha para uso médico", diz. Mas suas idéias estão longe de ser unanimidade mesmo dentro do seu partido. No remoto caso de uma legalização da compra e da venda, haveria dois modelos possíveis. Um seria o monopólio estatal, com o governo plantando e fornecendo as drogas, para permitir um controle maior. A outra possibilidade seria o governo estabelecer as regras (composição química exigida, proibição para menores de idade, proibição para fumar e dirigir), cobrar impostos (que seriam altíssimos, inclusive para evitar que o preço caia muito com o fim do tráfico ilegal) e a iniciativa privada assumir o lucrativo negócio. Não há no horizonte nenhum sinal de que isso esteja para acontecer. Mas a Super apurou, em consulta ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, que a Souza Cruz registrou, em 1997, a marca Marley - fica para o leitor imaginar que produto a empresa de tabaco pretende comercializar com o nome do ídolo do reggae.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Bob Marley


BOB MARLEY - A LENDA

Ventania - Só para Loucos


Ventania, um cantor andarilho, cuja a inspiração musical vem do movimento hippie dos anos 60 e 70.
Morador de São Thomé das Letras, Minas Gerais. Ventania nasceu em Pariquera-Açu, estado de São Paulo, no dia 21 de agosto de 1962. Segundo o cantor, sua carreira começou aos oito anos de idade, tocando piano na igreja. Mais tarde, porém, em torno de 1980, Ventania começou a cantar e compor, caindo oficialmente na estrada. Sua vida de shows, que, por enquanto, resumia-se apenas nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, era recente, e as apresentações precárias. Os shows de Ventania, na época, eram literalmente "só para os loucos". Em 2000, Ventania mudou-se para São Thomé das Letras, em Minas Gerais, onde passou a tocar no "Bar do 2". A partir dessa mudança que sua carreira começou a alavancar. Essa grande transformação, o levou a gravação de seu CD Ventania Só Para Loucos. A disseminação de suas gravações, porém, foi impulsionada de sobremaneira pela Internet, através da troca de arquivos MP3 em programas P2P. O estilo das suas músicas é uma mistura de reagge com rock, essa mistura se chama "rock estroncho" que segundo ele consiste em um rock sem "capricho"Segundo o próprio cantor, ele é sep arado e tem oito filhos.

As letras de suas canções são inspiradas em temas bastante caros em relação ao movimento hippie, como, por exemplo, a liberdade, que lhe permite pôr o pé na estrada, sem rumo, transportando-se com os meios disponíveis. Além disso, o uso de drogas, em especial, maconha e cogumelos alucinógenos, a contemplação da natureza e a idéia de "Paz e Amor", fazem parte das inspirações do cantor. As influências são variadas, mas destacam-se Raul Seixas (inclusive disse Ventania: "Ele (Raul) cantava pro Al Capone. Mas eu canto pro PC"), além das canções dos velhos hippies estradeiros.

Entrevista com o músico Ventania, confira:

“Senhoras e Senhores desse mundo louco e virtual que corrompe nossas cabeças! Sou um fugitivo, andarilho e compositor em busca da paz e virtudes que a vida proporciona para nós desfrutarmos a cada pôr-do-sol junto a Natureza. Estou na estrada há muito tempo, levando minha mensagem através das minhas canções, aos jovens e pessoas de cabeça e mente livre! …Só para Loucos…Caretas não“!

Entrevista por Karine Rodrigues para o BoaNoiteBH: 

– Qual o show mais marcante para a banda? 
Ventania: Eu não sei te responder porque tiveram shows muito legais, muito loucos. Alguns que achamos que seriam fracos, mas de repente, “bommm”, apareceu muita gente. Muitos shows foram marcantes. 

– Um fato engraçado:
Ventania: Nossa, uma vez eu fiz um show em Ouro Preto. Me empolguei, saí pulando, vacilei e caí do palco, capotei lá embaixo. Ainda bem que poucas pessoas viram porque eu caí no escuro.

– Qual a música mais importante na carreira de vocês? 
Ventania: A música que eu curto Símbolo da Paz, tem a minha cara. (risos) Ela fala muito da minha vida, como foi minha vida até chegar aqui. Eu nasci e me criei na estrada. 

– Como a banda surgiu?
Ventania: A banda Hippie, que é uma banda para todos os malucos de bom coração, de sensibilidade, surgiu do nada. Eu fiquei dez anos tocando sozinho, passando o chapéu. Tocava mais ou menos uma hora e depois passava o chapéu. Aí falava: olha galera, ajuda aí que eu não tenho nada na barriga pra fazer cocô. Aí as pessoas me ajudavam e davam uma bela gargalhada. Tinha gente que dava muito dinheiro, naquela época eram cruzeiros, depois foram os reais e fui vivendo. Conheci muita gente legal na estrada, muitos músicos legais. Conheci o pessoal da banda em São Tomé das Letras, onde moramos. O primeiro show foi aqui em Belo Horizonte e nós nem ensaiamos, foi no Lapa Multishow. Tinha muita gente, foi o nosso primeiro som. Foi muito louco. Daí para frente fizemos vários shows e agora temos o cd “Só para loucos”. Estamos gravando o segundo. 

– O que é o sucesso para você?
Ventania: Eu não quero nem pensar nisto, eu quero é curtir, abraçar todo mundo. Quando era criança, escrevi em um caderno que tenho até hoje na casa da minha avó: eu quero ter os braços bem cumpridos, aí me desenhei com os braços bem grandes, para abraçar todo mundo que eu amo. Com a música, meus braços cresceram e eu pude abraçar bastante gente. Ainda quero abraçar todo mundo. E eu acho que sucesso é isto, a alegria de estar com a galera. 

– O sucesso é passageiro?
Ventania: Sei lá, eu quero é cantar muitas músicas, quero cantar a vida inteira e compor para todos os malucos. O legal é que todo mundo está gostando. Outro dia eu encontrei com um engenheiro e perguntei para ele: Porque você gosta da minha música? Ele falou que gosta porque uma vez tentou ser hippie, e que nunca teve coragem, além disso a família dele nunca deixou. Ele se identificou com a música e é isto que eu acho legal. 

– Você tem algum ídolo?
Ventania: Eu tenho um ídolo, Jesus Cristo! O primeiro hippie, assim barbudo, cabeludo… eu sigo a ele.

– A banda teve apoio de alguém?
Ventania: Não, só da grande malucada hippie, maluco de estrada mesmo. Eles são o meu apoio, minha força, minha família. Minha família é muito grande sabia?

– O que vocês acharam do show hoje?
Ventania: Muito legal, uma galera muito bacana. Inclusive este lugar é muito chic, eu gosto é de cantar em rodinha de fogueira, minha vida foi tocar na estrada, nas praças. Muitas bandas começaram a gravar minha música “Cogumelo azul”, então eu resolvi gravar também. É minha música! Ela ficou mais de vinte anos sem registro, mas agora ela é registrada, editada. É mais protegida agora. Eu nem sabia destas burocracias, nunca tive documento, nunca fui ligado a estas coisas. Nunca votei e nem sei se vou votar. Eu não nasci para estas coisas.

– De onde surgiu o nome do cd?
Ventania: Nosso cd é totalmente de produção independente porque nós nem conhecemos como é a produção com gravadoras. Eu gravei este cd em casa, por brincadeira. Só para loucos! Eu pensei. Nunca imaginei se alguém acompanharia a banda. Se os loucos comprarem o cd está bom. Agora estou fazendo o meu cd de papel, mão a mão. Ao invés de ganhar um cd de ouro, ganhei um cd de pedra em São tomé. Estou curtindo muito este “lance” de passar mão-a-mão.

– Qual o estilo e o ideal da banda?
Ventania: O estilo da banda é o rock “estroncho” e nosso ideal é só cantar para os loucos, mas acho que todo mundo está curtindo. Galera, muita paz no coração, vamos nos unir porque podemos cantar uma só grande canção. 



sábado, 24 de setembro de 2011

Renato Russo



Renato Manfredini Júnior, nome artístico: Renato Russo (Rio de Janeiro, 27 de março de 1960 – Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1996) foi um cantor e compositor brasileiro.

Sua primeira banda foi o Aborto Elétrico (1978), que durou quatro anos e terminou devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos. Russo herdou desta banda uma forte influência punk que influenciou toda a sua carreira. Nessa mesma época, aos 18 anos, assumiu para sua mãe que era bissexual e, em 1988, publicamente.
Em 1982, integrou a banda Legião Urbana, desenvolvendo um estilo mais próximo ao pop e ao rock do que ao punk. Russo permaneceu na Legião Urbana até sua morte, em 11 de outubro de 1996.

Gravou ainda três discos solo e cantou ao lado de Herbert Vianna, Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Paulo Ricardo, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Laura Pausini, Biquini Cavadão, 14 Bis e Plebe Rude.

Infância
 

Até os seis anos de idade, Russo sempre viveu no Rio de Janeiro junto com sua família. Começou a estudar cedo no Colégio Olavo Bilac, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Nessa época teria escrito uma bela redação chamada "Casa velha, em ruínas…", que inclusive está disponível na íntegra. Em 1967, mudou-se com sua família para Nova Iorque pois seu pai, funcionário do Banco do Brasil, fora transferido para agência do banco em Nova Iorque, mais especificamente para Forest Hills, no distrito do Queens. Foi quando Russo foi introduzido a língua e a cultura norte-americanas. Aos nove anos, em 1969, Russo e sua família voltam para o Brasil, indo morar na casa de seu tio Sávio numa casa na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.


Adolescência 
Em 1973 a família trocou o Rio de Janeiro por Brasília, passando a morar na Asa
Sul. Em 1975, aos quinze anos, Renato começou a atravessar uma das fases mais difíceis e curiosas de sua vida quando fora diagnosticado como portador da epifisiólise, uma doença óssea. Ao saber do resultado, os médicos submeteram-no a uma cirurgia para implantação de três pinos de platina na bacia. Renato sofreu duramente a enfermidade, tendo que ficar seis meses na cama, quase sem movimentos. Durante o período de tratamento Renato teria se dedicado quase que integralmente a ouvir música, iniciando sua extensa coleção de discos dos mais variados estilos. Em entrevista, Russo teria alegado que este período fora determinante na formação de sua musicalidade.

Carreira

Sua primeira banda foi o Aborto Elétrico, ao lado dos irmãos Felipe Lemos (Fê) (bateria) e Flávio Lemos (baixo elétrico),e do sul-africano André Pretorius (guitarra). O grupo durou quatro anos, de 1978 a 1982, terminando por brigas entre Fê e Renato. O Aborto Elétrico foi a semente que deu origem à Legião Urbana e ao Capital Inicial (formado por Fê e Flávio, junto ao guitarrista Loro Jones e ao vocalista Dinho Ouro-Preto).

Após o fim do Aborto Elétrico, Renato começa a compor e se apresentar sozinho, tornando-se o Trovador Solitário. A fase solo durou poucos meses, até que o cantor se juntou a Marcelo Bonfá (baterista do grupo Dado e o Reino Animal), Eduardo Paraná (guitarrista, conhecido como Kadu Lambach) e Paulo Guimarães (tecladista, conhecido como Paulo Paulista), formando a Legião Urbana, tendo Renato como vocalista e baixista. Suas principais influencias eram as bandas de post punk que surgiram na epoca, especificamente, Renato Russo se espelhava no trabalho de Robert Smith, vocalista do The Cure e especialmente Morrissey que era vocalista da banda The Smiths

Após os primeiros shows, Eduardo Paraná e Paulo Paulista saem da Legião. A vaga de guitarrista é assumida por Ico-Ouro Preto, irmão de Dinho Ouro-Preto, que fica até o início de 1983. Seu lugar é assumido definitivamente por Dado Villa-Lobos (que criou a banda Dado e o Reino Animal com Marcelo Bonfá, Dinho Ouro Preto, Loro Jones e o tecladista Pedro Thompson). A entrada de Dado consagrou a formação clássica da banda.

À frente da Legião, que contou com o baixista Renato Rocha entre 1984 e 1989, Renato Russo atingiu o auge de sua carreira como músico, sendo reconhecido como o mais importante compositor do rock brasileiro, criando uma relação com os fãs que chegava a ser messiânica (alguns adoravam o cantor como se fosse um deus). Os mesmos fãs chegavam a fazer um trocadilho com o nome da banda: Religião Urbana/Legião Urbana. Renato desconsiderava este trocadilho e sempre negou ser messiânico.

Morte
Renato Russo morreu pesando apenas 45 quilos, em consequência de complicações causadas pela Aids (era soropositivo desde 1989, mas jamais revelou publicamente sua doença).
Deixou um filho, Giuliano Manfredini, à época com apenas 7 anos de idade. O corpo de Russo foi cremado e suas cinzas lançadas sobre o jardim do sítio de Roberto Burle Marx.

No dia 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte do cantor, Dado e Bonfá, ao lado do empresário Rafael Borges, anunciaram o fim das atividades do grupo. Estima-se que a banda tenha vendido cerca de 20 milhões de discos no país durante a vida de Renato. Mais de uma década após sua morte, a banda ainda apresenta vendagens expressivas de seus discos pelo mundo.